domingo, 29 de agosto de 2010

LETRA DA "PAYADA" "O BOCHINCHO"

Bochincho


Jayme Caetano Braun

Composição: Jayme Caetano Braum

A um bochincho - certa feita,

Fui chegando - de curioso,

Que o vicio - é que nem sarnoso,

nunca pára - nem se ajeita.

Baile de gente direita

Vi, de pronto, que não era,

Na noite de primavera

Gaguejava a voz dum tango

E eu sou louco por fandango

Que nem pinto por quireral.



Atei meu zaino - longito,

Num galho de guamirim,

Desde guri fui assim,

Não brinco nem facilito.

Em bruxas não acredito

'Pero - que las, las hay',

Sou da costa do Uruguai,

Meu velho pago querido

E por andar desprevenido

Há tanto guri sem pai.



No rancho de santa-fé,

De pau-a-pique barreado,

Num trancão de convidado

Me entreverei no banzé.

Chinaredo à bola-pé,

No ambiente fumacento,

Um candieiro, bem no centro,

Num lusco-fusco de aurora,

Pra quem chegava de fora

Pouco enxergava ali dentro!



Dei de mão numa tiangaça

Que me cruzou no costado

E já sai entreverado

Entre a poeira e a fumaça,

Oigalé china lindaça,

Morena de toda a crina,

Dessas da venta brasina,

Com cheiro de lechiguana

Que quando ergue uma pestana

Até a noite se ilumina.



Misto de diaba e de santa,

Com ares de quem é dona

E um gosto de temporona

Que traz água na garganta.

Eu me grudei na percanta

O mesmo que um carrapato

E o gaiteiro era um mulato

Que até dormindo tocava

E a gaita choramingava

Como namoro de gato!



A gaita velha gemia,

Ás vezes quase parava,

De repente se acordava

E num vanerão se perdia

E eu - contra a pele macia

Daquele corpo moreno,

Sentia o mundo pequeno,

Bombeando cheio de enlevo

Dois olhos - flores de trevo

Com respingos de sereno!



Mas o que é bom se termina

- Cumpriu-se o velho ditado,

Eu que dançava, embalado,

Nos braços doces da china

Escutei - de relancina,

Uma espécie de relincho,

Era o dono do bochincho,

Meio oitavado num canto,

Que me olhava - com espanto,

Mais sério do que um capincho!



E foi ele que se veio,

Pois era dele a pinguancha,

Bufando e abrindo cancha

Como dono de rodeio.

Quis me partir pelo meio

Num talonaço de adaga

Que - se me pega - me estraga,

Chegou levantar um cisco,

Mas não é a toa - chomisco!

Que sou de São Luiz Gonzaga!



Meio na volta do braço

Consegui tirar o talho

E quase que me atrapalho

Porque havia pouco espaço,

Mas senti o calor do aço

E o calor do aço arde,

Me levantei - sem alarde,

Por causa do desaforo

E soltei meu marca touro

Num medonho buenas-tarde!



Tenho visto coisa feia,

Tenho visto judiaria,

Mas ainda hoje me arrepia

Lembrar aquela peleia,

Talvez quem ouça - não creia,

Mas vi brotar no pescoço,

Do índio do berro grosso

Como uma cinta vermelha

E desde o beiço até a orelha

Ficou relampeando o osso!



O índio era um índio touro,

Mas até touro se ajoelha,

Cortado do beiço a orelha

Amontoou-se como um couro

E aquilo foi um estouro,

Daqueles que dava medo,

Espantou-se o chinaredo

E amigos - foi uma zoada,

Parecia até uma eguada

Disparando num varzedo!



Não há quem pinte o retrato

Dum bochincho - quando estoura,

Tinidos de adaga - espora

E gritos de desacato.

Berros de quarenta e quatro

De cada canto da sala

E a velha gaita baguala

Num vanerão pacholento,

Fazendo acompanhamento

Do turumbamba de bala!



É china que se escabela,

Redemoinhando na porta

E chiru da guampa torta

Que vem direito à janela,

Gritando - de toda guela,

Num berreiro alucinante,

Índio que não se garante,

Vendo sangue - se apavora

E se manda - campo fora,

Levando tudo por diante!



Sou crente na divindade,

Morro quando Deus quiser,

Mas amigos - se eu disser,

Até periga a verdade,

Naquela barbaridade,

De chínaredo fugindo,

De grito e bala zunindo,

O gaiteiro - alheio a tudo,

Tocava um xote clinudo,

Já quase meio dormindo!



E a coisa ia indo assim,

Balanceei a situação,

- Já quase sem munição,

Todos atirando em mim.

Qual ia ser o meu fim,

Me dei conta - de repente,

Não vou ficar pra semente,

Mas gosto de andar no mundo,

Me esperavam na do fundo,

Saí na Porta da frente...



E dali ganhei o mato,

Abaixo de tiroteio

E inda escutava o floreio

Da cordeona do mulato

E, pra encurtar o relato,

Me bandeei pra o outro lado,

Cruzei o Uruguai, a nado,

Que o meu zaino era um capincho

E a história desse bochincho

Faz parte do meu passado!



E a china - essa pergunta me é feita

A cada vez que declamo

É uma coisa que reclamo

Porque não acho direita

Considero uma desfeita

Que compreender não consigo,

Eu, no medonho perigo

Duma situação brasina

Todos perguntam da china

E ninguém se importa comigo!



E a china - eu nunca mais vi

No meu gauderiar andejo,

Somente em sonhos a vejo

Em bárbaro frenesi.

Talvez ande - por aí,

No rodeio das alçadas,

Ou - talvez - nas madrugadas,

Seja uma estrela chirua

Dessas - que se banha nua

No espelho das aguadas!


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sábado, 28 de agosto de 2010

O QUE QUER DIZER PAJADOR OU PAYADOR

PAYADOR OU PAJADOR EQUIVALE A "REPENTISTA", OU SEJA, FAZER VERSOS DE IMPROVISO.


OBS:VEJA NESTE BLOG  OS VERSOS DE JAIME CAETANO BRAUN:O BOCHINCHO E O TEMPO

O que é



Pajador é o repentista que canta seus versos de improviso com o acompanhamento de milonga, feito por guitarra. No sul do Brasil, o pajador canta seus versos em Décima Espinela (ABBAACCDDC) no estilo recitado e não se acompanha musicalmente como nos Países do Prata. Um músico de apoio executa a milonga para a pajada.



Pajador (ou payador em espanhol) quer dizer repentista. A origem da palavra não tem uma definição convencionada. Há algumas hipóteses: alguns autores afirmam que venha de "payo" nome do primitivo habitante de Castilla, outros que seria de "pago" ou "pagueador" e ainda há quem sugira que venha de "palla" nome dado pelos Quichuas aos grupos de índios que sentavam nas praças a cantar. Há quem afirme que possa vir da palavra "pajé", chefe espiritual dos índígenas, misto de sacerdote, médico e feiticeiro. Contudo ninguém sabe ao certo.



A grafia da palavra em espanhol é Payador e em português, convencionamos, Pajador, porém sua pronúncia é a mesma: PAJADOR.



O pajador foi o andejo ou gaudério que surgiu na origem do gaúcho (ou el gaucho). Cruzava os campos em busca de lonjuras, quando o sul da América tinha suas fronteiras imprecisas. Até que provem o contrário, pode-se afirmar que ele esteve em terras, hoje brasileiras, do mesmo jeito e no mesmo período em que, em uruguaias, argentinas e chilenas.









Dia do Pajador Gaúcho é comemorado oficialmente em 30 de janeiro





Pela primeira vez, o Dia do Pajador Gaúcho é comemorado oficialmente no Rio Grande do Sul, haja vista que a Lei 11.676, que institui a data, foi publicada no Diário Oficial, dia 16 de outubro de 2001, depois de aprovada por unanimidade na Assembléia Legislativa e sancionada pelo Executivo.



A data comemorativa aos repentistas gaúchos presta uma homenagem ao dia de nascimento do pajador-dos-pajadores, Jayme Caetano Braun, e se originou de um projeto de lei do Deputado João Luiz Vargas.









Pajadores Gaúchos



Jadir Oliveira



Pajador brasileiro, poeta, músico e trovador residente em São Leopoldo. Possui obras de sua autoria e interpretação em coletâneas. Foi o vencedor das duas edições do primeiro festival de pajadas realizado no Rio Grande do Sul, a Pajada Jayme Caetano Braun, evento que aconteceu na programação do Mi Maior de Gavetão, em Sapucaia do Sul, em 1999 e 2000. Foi um dos pajadores convidados para o Encontro Internacional de Declamadores e Pajadores (Vacaria). Foi premiado em segundo lugar na modalidade de pajada da Fenatrova de Passo Fundo, em 2000. Participou do 1º Encontro de Pajadores, em Porto Alegre, no ano de 2001. É um dos pajadores participantes do CD Pajadores do Brasil, lançado em 2001, pela gravadora Usadiscos.







José Estivalet



Pajador brasileiro, poeta, radialista, trovador e escritor. Natural de Santo Ângelo, atualmente residente em Porto Alegre. Possui dois CDs de trova e um livro de ensaios da cultura gaúcha. Foi o vice-campeão do primeiro festival de pajada acontecido no Rio Grande do Sul, Pajada Jayme Caetano Braun, realizado em Sapucaia do Sul, em 1999. Foi um dos pajadores convidados para o Encontro Internacional de Declamadores e Pajadores (Vacaria). Foi o campeão da modalidade de pajada na Fenatrova de Passo Fundo, em 2000. Estivalet foi um dos autores da proposição que criou a 1ª Pajada Jayme Caetano Braun, de Sapucaia do Sul. Participou do 1º Encontro de Pajadores, em Porto Alegre, no ano de 2001. É um dos pajadores participantes do CD Pajadores do Brasil, lançado em 2001, pela gravadora Usadiscos.



Pedro Junior da Fontoura



Pajador brasileiro, poeta, declamador e ator, residente em Bento Gonçalves. Tem se dedicado exclusivamente à Arte e conquistado boas premiações em festivais de poesia. Possui dois CDs de poesia e pajadas, inclusive com a participação especial do "payador" uruguaio Juan Pedro Gutierres, em um dos seus trabalhos. Gravou um CD de poemas de autoria de Colmar Duarte. Pedro tem levado a poesia às escolas num espetáculo interativo. Tem atuado em espetáculos de pajadas no Rio Grande do Sul, Argentina e Uruguai, e foi um dos pajadores convidados para o Encontro Internacional de Declamadores e Pajadores (Vacaria). Participou do 1º Encontro de Pajadores, em Porto Alegre, no ano de 2001. É um dos pajadores participantes do CD Pajadores do Brasil, lançado em 2001, pela gravadora Usadiscos.



Participou do Espetáculo Internacional de Pajadas, em Uruguaiana, em homenagem aos 30 anos da Califórnia da Canção, em 2001.



Arabi Rodrigues



Pajador brasileiro, residente em Novo Hamburgo, poeta conceituado com diversos livros editados a exemplo de Pastoreio e Prenda Minha e trabalhos fonográficos importantes, um em conjunto com Algacir Costa e outro com Glênio Fagundes, Paulinho Pires, Dorval Dias e Leonardo Charrua.



Foi um dos pajadores brasileiros convidados para o Te-Déum de Pajadores da América Latina (Passo Fundo) e Encontro Internacional de Declamadores e Pajadores (Vacaria)



Participou do 1º Encontro de Pajadores, em Porto Alegre, no ano de 2001.



Paulo de Freitas Mendonça



Pajador brasileiro, poeta e radialista. Possui dois livros de poesias e participa de sete antologias poéticas no Brasil. Possui um disco individual de pajadas e poesias, gravou um CD de pajadas com o pajador uruguaio José Curbelo, Pajadores Sem Fronteiras, e é um dos pajadores participantes do CD Pajadores do Brasil, lançado em 2001, pela gravadora Usadiscos, CD idealizado e produzido por ele.



Foi um dos autores da proposição que criou o primeiro festival de pajadas no Estado. Foi quem sugeriu a criação do Encontro de Pajadores e Declamadores no Rodeio Internacional de Vacaria. Foi um dos pajadores convidados para o Te-Déum de Pajadores da América Latina de Passo Fundo. Tem atuado com pajadores argentinos e uruguaios nos três países, inclusive neste ano proferiu palestra no 1º Taller de Payadores, em Montevidéu, Uruguai. Também foi palestrante na Jornada Ibero-americana de la Décima, em Tandil, na Argentina, em 2000. É presidente da Associação dos Pajadores e Declamadores Gaúchos. Foi o único pajador brasileiro a participar, em 2000, da comemoração do Dia do Payador Oriental, em 15 anos de show. Foi o único pajador brasileiro a atuar no Teatro Carlos Molina, considerado o palco dos pajadores em Montevidéu.



Participou do Espetáculo Internacional de Pajadas, em Uruguaiana, em homenagem aos 30 anos da Califórnia da Canção, em 2001.



Jose Curbelo



Payador uruguaio, residente em Buenos Aires (Argentina). Consagrado como um dos mais importantes pajadores da América Latina, tendo percorrido vários países com seu canto de improviso, como México, Cuba, Porto Rico, Venezuela, Brasil, Uruguai e Argentina, entre outros, onde produziu discos com pajadores locais.



Possui diversos CDs individuais e foi um dos pajadores convidados para o Encontro Internacional de Declamadores e Pajadores (Vacaria). Gravou no Brasil, juntamente com Paulo de Freitas Mendonça, o CD Pajadores Sem Fronteiras. Participou como palestrante na Jornada Ibero-americana de la Décima, em Tandil, na Argentina e no 1º Taller de Payadores, em Montevidéu, Uruguai, em 2001. Tem atuado em diversos encontros de pajadores na Argentina e no Uruguai, sendo uma das mais badaladas atrações do Teatro Carlos Molina, no Uruguai.



Foi um dos que sugeriram a criação da Lei que oficializa o Dia do Pajador Argentino. Participou do Espetáculo Internacional de Pajadas, em Uruguaiana, em homenagem aos 30 anos da Califórnia da Canção, em 2001.



Marta Suint



Pajadora argentina, residente em Buenos Aires. Uma das poucas pajadoras existentes, porém não só por isso é conceituada em seu país e sim pelo talento ao "tançar" versos com pajadores dos Países do Prata. Possui discos de pajadas e tem atuado em espetáculos do gênero no Uruguai e na Argentina, participando de coletânea discográficas deste tipo de arte. Tem participado de encontros de pajadores na Argentina, no Uruguai, em cuba e outros países. Gravou recentemente com o pajador uruguaio Walter Mosegui e a cantora Josefina Trotti, o trabalho intitulado Payadas e Canciones Rio-Pratenses.



Adão Bernardes



Pajador brasileiro, poeta e trovador. Autor de diversos trabalhos gravados em discos por conceituados intérpretes. Foi vice-campeão da 2ª edição da Payada Jayme Caetano Braun, acontecida em 2000, em Sapucaia do Sul. É um dos pajadores participantes do CD Pajadores do Brasil, lançado em 2001, pela gravadora Usadiscos. Posteriormente a este CD, lançou um disco de trovas, poesias e pajadas no qual conta com a participação de importantes nomes da cultura gaúcha. Participou do 1º Encontro de Pajadores, em Porto Alegre, no ano de 2001.



Glênio Fagundes



Músico, poeta, cantor e profissional de rádio e televisão. Autor de livros e discos de sucesso a exemplo de Cevando o Mate e Os Teatinos. É considerado como um dos melhores guitarreiros para pajadas no Estado. Acompanhou ao Jayme Caetano Braun, desde o início de sua carreira. Tem acompanhado a Paulo de Freitas Mendonça e Arabi Rodrigues em diversos espetáculos. Foi o guitarreiro oficial do Encontro de Pajadores e Declamadores de Vacaria, em 2000 e do Encontro de Pajadores em Porto Alegre, em 2001.



Osmar Carvalho



Músico, compositor e professor de violão. Possui obras de sua autoria gravadas pelos principais intérpretes do Rio Grande do Sul. É premiado como compositor e instrumentista nos principais festivais do Estado. Tem acompanhado ao pajador Paulo de Freitas Mendonça em espetáculos e apresentações em programas de televisão.



Participou do Espetáculo Internacional de Pajadas, em Uruguaiana, em homenagem aos 30 anos da Califórnia da Canção.



Jayme Caetano Braun

QUEM FOI JAIME CAETANO BRAUN

jaime caetano braun
Biografia


Payador, poeta e radialista, Jaime Caetano Braun nasceu na Timbaúva (hoje Bossoroca), na época distrito de São Luiz Gonzaga, na Região das Missões no Rio Grande do Sul.



Durante sua carreira fez diversas payadas, poemas e canções, sempre ressaltando o Rio Grande do Sul, a vida campeira, os modos gaúchos e a natureza local.



Jaime sonhava em ser médico mas, tendo apenas o Ensino Médio, se tornou um autodidata principalmente nos assuntos da cultura sulina e remédios caseiros, pois afirmava que "todo missioneiro tem a obrigação de ser um curador".



Aos 16 anos mudou-se para Passo Fundo, onde viveria até os 19 anos. Na capital do Planalto Médio, Jaime completou seus estudos no Colégio Marista Conceição e serviu ao Exercito Brasileiro.



Jaime foi membro e co-fundador da Academia Nativista Estância da Poesia Crioula, grupo de poetas tradicionalistas que se reuniu no final dos anos 50, na capital gaúcha.



Trabalhou, publicando poemas, em jornais como O Interior e A noticia (de São Luiz Gonzaga). Passa dirigir em 1948 o programa radiofônico Galpão de Estância, em São Luiz Gonzaga e em 1973 passa a participar do programa semanal Brasil Grande do Sul, na Rádio Guaíba. Na capital, o primeiro jornal a publicar seus poemas foi o A Hora, que dedicava toda semana uma página em cores aos poemas de Jaime.



Como funcionário público trabalhou no Instituto de Pensões e Aposentadorias dos Servidores do Estado e ainda foi diretor da Biblioteca Pública do Estado de 1959 a 1963, aposentando-se em 1969. Na farmácia do IPASE era reconhecido pelo grande conhecimento que tinha dos remédios.





Marcelo (e), enteado de Jaime, ao lado do idealizador do Memorial em sua homenagem em Passo Fundo.Em 1945 começa a atuar na política, participando em palanques de comício como payador. O poema O Petiço de São Borja, publicado em revistas e jornais do país, fala de Getúlio Vargas. Participa das campanhas de Ruy Ramos, com o poema O Mouro do Alegrete, como era conhecido o político e parente de Jaime. Foi Ruy Ramos, também ligado ao tradicionalismo, que lançou Jaime Caetano Braun como payador, no 1º Congresso de Tradicionalismo do Rio Grande do Sul, realizado em Santa Maria no ano de 1954.



Casou duas vezes, em 1947 com Nilda Jardim ,e em 1988 com Aurora de Souza Ramos. Teve três filhos, Marco Antônio e José Raimundo do primeiro casamento, e Cristiano do segundo.



Anos mais tarde participaria das campanhas de Leonel Brizola, João Goulart e Egidio Michaelsen e em 1962 concorreria a uma vaga na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul pelo PTB, ficando como suplente [2].



Veio a falecer de parada cardíaca em 8 de julho de 1999, por volta das 6h, em Porto Alegre. Seu corpo foi velado no Palácio Piratini, sede do governo sul-riograndense, e enterrado no cemitério João XXIII, na capital do estado. Para o dia seguinte estava programado o lançamento de seu último disco Exitos 1.

sábado, 21 de agosto de 2010

ESTE É DA CIDADE DE CIRÍACO, EM FRENTE AO CTG

OS DESCENDENTES DE ITALIANOS COM O TEMPO ADERIRAM AS TRADIÇÕES GAÚCHAS.
EM FRENTE AO CTG NECO GOULART

TRAJE DA INDUMENTÁRIA GAUCHA NO TEMPO PRESENTE

No tempo presente a indumentária gaúcha não difere muito daquela da época anterior.
Uma curiosidade é que as moças usam cabelos soltos ou trançados e as senhoras em coque, podendo ser enfeitados com flores e fitas.Muito bonito.

Para os  homens é indipensável a  bombacha,, que na verdade  chegou ao Uruguai através dos comerciantes ingleses e  surgiu no Rio Grande do sul na época da Guerra do Paraguai.(1865-1870).
No início era usada somente pelos pobres, mas depois popularizou-se.

Também  se usa no tempo presente vestimenta de trabalho, principalmente para os homens , as mulheres raramente usam indumentária gaucha fora dos CTGS -CENTROS DE TRADIÇÕES GAÚCHAS.
Porém é comum no interior do Rio Grande do sul encontrar homens usando a indumentária de trabalho, principalmente bombacha e chapéu.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Boleadeiras - John Gaucho-COM O TEMPO A DANÇA COM BOLEADEIRAS

MOSTRA A DESTREZA NA ARTE DE USAR ESTAS ARMAS PRIMITIVAS

BOLEADEIRAS

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ARREBANHANDO CAVALOS COM O USO DE BOLEADEIRAS

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

SIMÕES LOPES NETO ESCREVEU SOBRE AS TRIBOS RIOGRANDENSES

.CHARRUA CAVALGANDO

MODO CHARRUA E MINUANO DE CAVALGAR



SOBRE AS TRIBOS RIOGRANDENSES

"Estava assim espalhada a população indígena do Rio Grande do Sul \; os MINUANOS  estanciaram desde a lagoa Mirim até a margem direita do rio Camaquã e subiam pela esquerda do Jaguarão até o rio negro. Os TAPES  estendiam suas tabas desde a lagoa dos PATOS(UPAVA)  entre os rios Camaquã e Jacuí , prosseguindo para o norte entre Taquari e o ijuí-mirim, ainda sobre a dita lagoa e o mar.Os CARIJÓS OU PATOS)  e do  lado oposto os ARACHANES E CANANS, sobre o rio IBICUÍ-GRANDE E O URUGUAI para o norte os TAPES, nos campos da VACARIA OS  CAÁGUAS, ao longo do rio Caí até o GUAIRA, VIZINHOS DOS BANHADOS DO iNHATIUM OS  IAROS  e ainda ao sul do IBICUÍ os GUENOAS e para oeste os CHARRUAS, dominando entre os rios NEGRO, QUARAIM E O URUGUAI.

Não são estes, como geralmente se há entendido, nomes distintos de raças ou nações, porém, apenas significativos ou apelidos meramene locais e referindo-se ou ao sítio habitado ou a costume ou feição mais peculiar a cada grupo. Estes  diversos povos, com o decorrer do tempo, por motivo de intromissão dos europeus, se foram entrelaçando e fundindo ou arredando-se, de forma a não er desarrazoado tratar como principal  para tipo geral, os guaranis, como os mais numerosos e organizados e depois os tapes, charruas e minuanos.

1-GUARANIS- eram de estatura média, reforçados e bem feitos, de cor acobreada. Tinham os sentidos muito apurados, olfateando  DESDE MUITO LONGE A FUMAÇA E O FOGO, A CATINGA DO JACARÉ, E OUVINDO A CASCAVEL E O PISAR DO TIGRE, MUITO ANTES DE VER OS ANIMAIS.
Usavam a pesca  também a ubá, canoa, feita de casca de certas árvores de grande porte.
Nenhuma cerimonia especial precedia o casamento, com a mesma facilidade com que tomavam mulher trocavam-na por outra, em certas ocasiões ofereceiam qualquer das suas mulheres a um amigo ou hóspede, este, ao partir, devia restitui-la.

No seu entender só ao pai se devia  a vida do filho, sendo a mãe considerada apenas como guarda ou depositária da prole. A mulher depois de dar á luz ia com o filho lavar-´se no rio e continuava a lida diária, sem maior resguardo, em contra, conservava-se o marido deitado na rede e se abstinha de certas comidas.

Desde cedo ensinavam os rapazinhos o uso das armas e a maneira de fabricá-las.
Havia entre os da mesma tribo verdadeiro comunismo, nenhum comia ou bebia sem repartir com os demais.

Não conheciam a propriedade  de terras ou de bens da raiz, nenhum possuia um campo como propriedade particular, era só enquanto lhe convinha ocupá-lo, temporariamente , como um bocado de sol ou a sombra de uma árvore.

2-TAPES- tinham os costumes comuns aos guaranis  e habitos mais sedentários, sendo também de mais branda índole e entregavam-se boamente à catequese dos jesuítas e constituira,para diante, amalgamados aos guaranis , o povo sociável ás MISSÕES ORIENTAIS.

3-CHARRUAS E MINUANOS- corre em crônica  que um inca , e tempo  anterior à descoberta do NOVO MUNDO, tendo trazido uma invasão e conquista até a província argentina de TUCUMÃ , adiantaram-se forças suas até as margens do RIO DA PRATA, onde encontraram  tribos índigenas, provávelmente de origem andina ,, que denominara CHARRUBAS, QUE EM LÍNGUA QUÍCHUA QUER DIZER  RIBEIRINHOS.

E não é despropositado o aceitar-se a versão, atendendo a que os selvagens do Prata deram aos primeiros navegadores europeus a notícia da longinqua civilização e riqueza do império do sol que não era outro senão o PERU.
ERAM CHARRUAS E MINUANOS os dominadores das coxilhas. Usavam longos cabelos e trançados e cingiam a cabeça com um cocar de plumas de nhandú, vestiam-se de tangas de penas ou mantas( caipi)de peles de quadrupedes , muito bem sovados e que tingiam pela parte do carnal que era a que ficava para fora. Eram muito resistentes ao frio, à fome e à sede, agilissimos na carreira , um tanto nõmades, cada tribo ou bando de cinquenta famílias mais ou menos, carregavam as cobertas dos toldos, feitas de esteiras de táboas ou de couros e os demais apetrechos.
Quando após a ocupação, começaram os índios a ver os espanhóis a cavalo e servindo-se deles para a guerra e para o transporte trataram também de se apropriarem destes animais e tornaram-se admiráveis cavaleiros, montando em pêlo e sem freio, empregando em vez deste um anel(bocal) de guasca ao qual prendiam as rédeas pelo seu modo de domar, o cavalo cede para os dois lados, sob as rédeas unidas, ao passo que os europeus governavam puxando cada cana de rédea para o lado necessário.
De tal modo identificaram-se à montaria que SABIAM COMBATER ALINHADOS E FAZER CARGAS DE LANÇAS!
Os cavalos eram primorosamente amansados, uma das astúcias de guerra, que empregavam era de aproximar-se deitados sobre o dorso do cavalo ou sobre um dos lados, segurando-se às crinas, e cair, de improviso sobre o inimigo despercebido!

Na guerra e na caça gostavam de fazer as suas correrias nos lugares descampados. Os Charruas inventaram e atiravam eximiamente as boleadeiras , que faziam de pedras entalhadas , e bem assim o laço, aparelhos que empregavam também como arma.

quando os jesuitas vindos das Reduções de Guairá, lançaram com o acolhimento dos TAPES as primeiras capelas dentre IBICUÍ-IJUÍ grande, e trouxeram lotes de cavalos e vacuns, os CHARRUAS  já conheciam estes animais. "




CONSIDERAÇÕES:
COMO OS INDIGENAS COSTUMAVAM TER QUANTAS MULHERES PUDESSEM SUSTENTAR, ESTA FOI UMA LUTA DURA PARA OS PADRES JESUÍTAS, PODE-SE DIZER QUE INGLÓRIA.

OUTRA LUTA FOI A DE "ENROUPAR" OS INDIGENAS. ELES SE SENTIAM PRESOS ÁS ROUPAS-UNIFORMES- CONTA-SE QUE FUGIAM E FICAVAM UM TEMPO FORA, DIZENDO QUE IAM CUIDAR DE DETERMINADAS ESTÃNCIAS DOS JESUÍTAS OU FAZER ALGUMA TAREFA E APROVEITAVAM PARA VOLTAR AOS SEUS COSTUMES, ÁS SUAS VESTES.

ESTES INDIOS, BONS CAVALEIROS, CHAMADOS DE VAQUEANOS OU TAPEJARAS POSTERIORMENTE AJUDAVAM OS JESUITAS NAS LIDES COM O GADO E DEPOIS DA DESTRUIÇÃO DOS SETE POVOS DAS MISSÕES MISTURARAM-SE COM OS PEÕES DAS FAZENDAS QUE PRECISAVAM DE BONS VAQUEIROS E DE BONS DOMADORES DE CAVALOS.
NO RIO GRANDE DO SUL AS ÚNICAS NAÇÕES INDÍGENAS QUE SOBREVIVEVEM ATÉ HOJE SÃO UNS POUCOS GUARANIS E OS KAINGANGS EM MAIOR NUMERO, COMO ERAM MAIS FEROZES E VIVIAM NAS MATAS MAIS AFASTADAS. 

PS CASAIS DE AÇORIANOS TROUXERAM SEUS COSTUMES NO VESTIR GAUCHO

estancieiro das Vacarias
lÁ por volta de 1750 chegaram casais açorianos com seus costumes e usos,  vieram a mando do governo portugues para colonizar o Rio Grande do sul, iniciaram as atividades agrícolas, fundaram o PORTO DOS CASAIS, HOJE PORTO ALEGRE e paulatinamente foram-se envolvendo também com a pecuária.
Então o gaúcho vai  deixando de ser gaudério e transforma-se em proprietário de terras e gado, dando origem a uma nova classe social;O ESTANCIEIRO.
o ESTANCIEIRO  então era chamado O SENHOR DAS VACARIAS, homem de posses, trajava-se  à moda européia

A ESTANCIEIRA, a SENHORA DAS VACARIAS também vestia-se à moda europeia.

No período de 1820 a 1870 o gaúcho defiese como um tipo único, não mais changador e gaudério, mas pastor-soldado. marca registrada deste período é o caudilhismo , as guerras de independência e civis, incluindo o decênio histórico , A REVOLUÇÃO FARROUPILHA. 

sábado, 14 de agosto de 2010

Jayme Caetano Braun , O tempo.

Jayme Caetano Braum - Bochincho-ARTE DA DECLAMAÇÃO

UMA DAS TRADIÇÕES GAÚCHAS É A DECLAMAÇÃO, QUE CONSISTE EM CONTAR UMA ESTÓRIA OU HISTÓRIA QUE ACONTECEU CONSIGO MESMO OU OUTROS, FAZENDO GESTOS E MUITAS VEZES ACOMPANHADA DE
 FUNDO MUSICAL

a declamação, para o tradicionalista, serve como um recurso para expressar-se através do verso decorado

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

teixeirinha - traje de gaúcho

TRAJE DO PEÃO DAS VACARIAS

 TRAJE PEÃO DAS VACARIAS E DA CHINA DAS VACARIAS

O peão das Vacarias surgiu com a entrada  do gado no pampa e suas necessidades decorrentes.O Peão das  Vacarias era um ser errante, gaudério, changador, mescla de tipos humanos (diversos desertores do Exército e da Marinha, fugitivos, renegados indígenas, brancos, negros, meriços,europeus, bandeirantes) Por sua situação de vida , campeira e errante, pouca preocupação tinha com o traje , o qual destinava-se apenasa protegê-lo  das intempéries e facilitar sua atividade de cavalgar e caçar  gado, sendo portanto, este traje de pouco luxo.

A china das Vacarias em consonãncia com o peão vestia-se de forma despojada, respeitando as características de sua origem e, provavelmente , por não ter motivação para  o vestir apurado  nem chance de comunicação com o mundo andava até descalça!

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

DIVERSOS TRAJES

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TRAJE HOJE

DESCRIÇÃO DAS PEÇAS NA FIGURA DO GAUCHO

TODOS OS TRAJES, DESDE A ÉPOCA DAS MISSÕES ATÉ O TEMPO PRESENTE

1-TRAJE INDIGENA
2-TRAJE DO PEÃO DAS VACARIAS
3-TRAJE JÁ À MODA EUROPEIA
4-TRAJE DO TEMPO PRESENTE

Quando Sopra o Minuano "José Cláudio Machado" (Contato César Cattani...

MINUANO-VENTO FRIO E SECO QUE SOPRA NO INVERNO

COMEÇANDO PELO TRAJE DO INDIO E DA INDIA

Fruto da influencia do caldeamento das raças a indumentária gaucha sofreu a influencia de todas as etnias entre os séuclos 17 e 18, desde a influencia do indigena,  do gaúcho, dos açorianos e da colonização, a partir da Revolução Farroupilha até o tempo presente.

eis alguns dos trajes:

imposto aos índigenas pelos padres Jesuítas:

-chiripá= especie de saia composta de um retângulo de pano enrolado na cintura, cobrindo até os joelhos, aberta na frente e presa por uma faixa na cintura.

-calça a meia canela e camisa tipo túnica com uma abertura na frente do pescoço, de algodão branco, adotada mais tarde, ao se consolidar a influencia dos jesuítas.
--fita índia=vincha de pano ou fibra vegetal com a finalidade de segurar os cabelos em cavalgadas e trabalhos campeiros e evitar que o suor escorresse sobre os olhos.
-pala-bichará-grande retãngulo composto de dois panos tecidos, costurados e parte, com abertura para a cabeça  ao centro.
-tipoy=usado pelas índias , vestido  tipo camisão, feito  com dois pedaços  retangulares de algodão, linho ou juta, tecido nos teares manuais trazidos pelos padres jesuítas, costurados um no outro, com abertura  para os braços e cabeça.
-txumbé=cordão ou faixa colorida atada na cintura
-cruz-símbolo das Missões pendurado no pescoço.  
os tres trajes adotados pelos padres jesuítas para os indígenas

traje indigena imposto pelos padres jesuítas.
Traje Indígena - 1620 à 1730