quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

ESTES GAUCHOS DE PASSO FUNDO

domingo, 20 de novembro de 2011

Enart 2011 » Convite 3


ENART QUER DIZER: ENCONTRO DE ARTES E TRADIÇÕES GAÚCHAS, É UMA AMOSTRA E AO MESMO TEMPO UM CONCURSO, CADA VEZ MAIS CONCORRIDO E MUITO LINDO. QUEM QUER E GOSTA DE VER AS DANÇAS E ARTES GAUCHAS PODE BUSCAR NO YOUTUBE:ENART ANO DE 2011 E VAI TER  OS VIDEOS DE TUDO O QUE FOI APRESENTADO  NA CIDADE GAUCHA DE SANTA CRUZ DO SUL, QUE SEDIA  ESTE ANO O ENART. SÃO ESCALADAS CIDADES QUE TENHAM CONDIÇÕES ESTRUTURAIS PARA ESTE EVENTO.ESPERO QUE VENHAM A PASSO FUNDO NO PROXIMO ANO.

Enart 2011 » Convite 3

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Enart 2010 » Declamação Masculina » Samuel A. Maciel - União Gaúcha João...

Barbosa Lessa no Galpão Crioulo

Enart 2010 » Declamação Feminina » Veridiane da Rosa Gomes 2 - CTG Lalau...

Juvenil CTG Lalau Miranda - Enartinho 2010

Juliano Coelho, Declamando Rodeio de Osório 2011

O RENASCIMENTO DAS TRADIÇÕES GAUCHAS

Depois da Segunda Guerra Mundial o panorama do Mundo mudou,uns vencidos outros vencedores, e  é claro que o Brasil,embora tenha participado de ações durante a mesma, heróicas   ações,como foi a tomada  DE MONTE CASTELO NA ITÁLIA,  erroneamente o povo queria  "esquecer o passado" e partir para uma nova ordem mundial, portanto   adquirindo e  imitando costumes dos "vencedores"-mas nas guerras não existem vencedores e vencidos, mas tão somente vítimas de alguns líderes loucos pelo poder....
Mas assim corria o clima tambem no Rio Grande do Sul, chegando ao ponto de .se alguem aparecesse em  uma cidade trajado de "gaúcho" era motivo de chacota....
No entanto, em alguns rincões ainda.se conservavam as tradições dos antepassados e isto era muito bom.
Mas não nas cidades. Foi então que um gaúcho chamado João   Carlos Paixão Côstes, nascido em Santana do Livramento, fronteira do Brasil com o Uruguai. foi  estudar em Porto Alegre no Colégio Julio de Castilhos, oJulinho -como ainda é chamado este   estabelecimento de ensino, e lá, reunindo um grupo de jovens interioranos, participando do Gremio Estudantil resolveram começar um movimento que não deixasse morrer o que bem sabiam, devia ser motivo de orgulho e não de chacota para o povo gaúcho.
A única coisa que restara era a homenagem que a Brigada Militar prestava à Bento Gonçalves , junto ao Monumento,em 20 de setembro....
em 1947 o movimento ginasiano liderado por Paixão Cortês, Luis Carlos Barbosa Lessa  e Glauco Saraiva mostrou a cara,  e no dia 5 de setembro de 1947 sairam às ruas  de Porto Alegre, a cavalo, pilchados, a desfraldar a bandeira TRICOLOR FARRAPA , enquanto que no máximo a mesma   era  colocada ao lado da  bandeira nacional, ou mesmo as autoridades   se omitiam de mostrá-la quanto mais desfraldá-la!
Começaram  então estes jovens a propor  ao Gremo estudantil, uma série de eventos para revitalizar o "gauchismo",assim como: realizar bailes gauchescos, concursos de danças e trajes, arte, literatura em prosa e poesia, publicações no jornal  do colégio,palestras culturais, Ronda Crioula, assembléias, provas campeiras, concursos de  laço ,  boleadeiras, concurso de fotografias e desenhos, biblioteca e discoteca, tudo oque podiam reunir sobre as tradições do povo do Rio Grande do Sul.
E foi assim que nasceu o DEPARTAMENTO DE TRADIÇÕES  GAÚCHAS, estimulando a juventude a cultuar tanto as tradições gaúchas quanto o amor à  Pátria Brasil.

Hoje, depois de 54 anos deste ressurgir das cinzas as atividades   ligadas a este primeiro movimento estão em todo o Rio Grande do Sul, e não só no Rio Grande do Sul, mas onde migrou o gaúcho, gaúchos descendentes de todas as etnias que se espalharam pelo Brasil.

Não vamos analisar isto como tentativa de separar  o Rio Grande  do Sul dos outros Estados do Brasil,como pensam alguns erroneamente. erroneamente também alguns pensam que a Revolução Farroupilha se deu com este fim. É um total desconhecimento da história do Rio Grande do  Sul.
E assim, graças .principalmente a Paixão Cortês, Barbosa Lessa e  Glauco   Saraiva temos hoje o resgate desta bela cultura,de arte, musica, dança, prática da vida  campeira  nos  RODEIOS CRIOULOS e tambem a culinária gaúcha,que é uma delícia!

Juliano Coelho, Declamando Rodeio de Osório 2011

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

RONDA CRIOULA

SÍMBOLO DO CIOFF

ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL,O FOLKLORE DO RIO GRANDE DO SUL  TAMBÉM  FAZ  PARTE

-do livro "ESTAMPA GAÚCHA"DE ODALGIL NOGUEIRA DE CAMARGO





HISTÓRIA
Paixão Costes


O Movimento Tradicionalista do Rio Grande do Sul surgiu no ano de 1947, a partir da criação do Departamento Tradicionalista, organizado por estudantes da famosa Escola Pública Estadual Júlio de Castilhos, em Porto Alegre, liderado por João Carlos Paixão Cortes. Na capital gaúcha, neste período, se ergue, no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, entre prédios residenciais e públicos, uma espécie de vila, com cerca de 400 barracas e galpões de madeira, denominada "Ronda Crioula".



quarta-feira, 31 de agosto de 2011

CHEGADA DA CHAMA CRIOULA HOJE, EM PASSO FUNDO

CHEGARAM HOJE, DIA 30 DE AGOSTO DE 2011 em PASSO FUNDO OS CAVALEIROS TRAZENDO A CHAMA CRIOULA.

POR QUE A FESTA GAÚCHA CULMINA EM 20 DE SETEMBRO

LANCEIROS NEGROS

O Presidio de Rio Grande, fundado em 1737 estava cheio de gaúchos,que, acusados de qualquer banalidade iam lá parar, como nos mais horrendos cenários de  uma época de barbarismo , como fosse na época do Coliseo romano...
Bastava nutrir sentimentos livres para dar o ludribrio da sanha dos tiranos que governavam a província. O que precipitou a revolta, entretanto foi a intriga  urdida contra o coronel Bento Gonçalves, acusando-o de prestar auxilios aos revoltosos do Uruguai e de nutrir idéias republicanas. Bento Gonçalves era casado com uma uruguaia, lembremos que mal haviam demarcado os territórios dos atuais Países, com a última guerra cisplatina que foi a do Paraguai. Mas sobre as guerras cisplatinas e inclusive  esta Revolução Farroupilha vamos discorrer no "Reduções Jesuíticas e História do Rio Grande do sul, com detalhes.
Bento Gonçalves foi mandado à corte para explicar-se  e o fez com tanta veemencia que voltou do Rio de
 Janeiro com a nomeação de comandante das fôrças da fronteira de Jaguarão.,
Mas, enquanto Bento Gonçalves se defendia na Corte , outros perseguidos pelos mandatários  como Bento Manoel Ribeiro respondia  à Conselho de Guerra em São Gabriel, acusado tambem de conspiração.
voltando do Rio de Janeiro e sentindo-se em perigo de morte Bento Gonçalves tratou logo de consultar alguns amigos para organizar uma revolução para depor   Antonio Rodrigues Fernandes Braga da Presidencia da Província  e tambem a Sebastião Barreto Pereira Pinto, comandante das armas.
Bento Golçalves da Silva era respeitado pelo povo e chefe do Partido Liberal. Em 10 de setembrode 1835 Bento vai à Porto alegre e procura os amigos Dr. José de Paiva Magalhães Calvet, Dr Marciano Pereira Ribeiro, capitão Antonio da Porciuncula, todos já sabedores dos planos de Bento.
Reuniram-s ee foram procurar  uma figura de influencia dentro do liberalismo, Dr. Francisco de Sá Brito. Era um pacifista e achavam que teriam dificuldade em conquistá-lo. No encontro que se deu Bento deixou claro que nada faria sem consultar os amigos. Bento insistia que a deposição do Governador da Província era necessária e citava os motivos, que na verdade todos sabiam...talvez tivessem receio.....do que viria depois.
Então Sá Brito,que era muito franco deu a palavra"- Não concordava com a revolução proposta, mas em pedir a liberdade de imprensa e outros meios que seriam colocados em ação para livrar o Rio Grande do sul de uma revolução".....Bento Gonçalves disse então "- Mas as cousas não podem ficar como estão. Os dados já foram lançados e é tarde para voltar atrás. A revolução sairá, mesmo sem os senhores!
Bento, então, colocou-os contra a parede "_ Bem, Senhores, a revolução não se fará, então, mas eu não ficarei aqui na Provincia, exposto ao punhal dos encarniçados inimigos que tenho por aqui.Irei para Entre-Rios (Argentina) ficarei fora do meu País , longe de quem quer  a minha desgraça! Só voltarei quando se esquecerem de mim.
Pediu a Calvet que fizesse um documento licenciando-o por quatro meses  do seu cargo  e retirou-se.
enquanto pensavam estar Bento Gonçalves em férias na Argentina, ele estava a confabular com  José Gomes Jardim, Onofre Pires, Tito Livio Zambecári e outros, planejando um assalto à cidade de Porto Alegre e libertar a Provincia do jugo de Fernandes Braga..
Os boatos se espalharam  e o governador da província, embora incrédulo, tratou de colocar o exército em prontidão, a marinha e todas as forças armadas, para a defesa da cidade.
Por fim, ao anoitecer do dia 18 de setembro de 1835 Gomes Jardim, Bento Gonçalves, Onofre Pires e outros  se comunicavam e iam reunindo seus exercitos" pessoais para o assalto à cidade.´`as 11 horas da noite do dia 19 teve início o movimento e Porto alegre foi ficando pouco a pouco cercada.
No alto do morro da Varzea (hoje cemitério) ficou Onofre Pires com seu exercito, Na ponte da Azenha postaram-se sentinelas para  dar alerta, caso o governo  percebesse o cerco,.No dia 19 tambem Manoel Antonio de Magalhães Calvet, que era médico, passava pelos quartéis, resguardado pelo seu jaleco branco  , ficava sabendo de tudo o que se passava e repassava as notícias a Bento. Ficou sabendo que o Major Visconde de Camamu iria fazer um reconhecimento no campo dos rebeldes e destroçá-los, mas , ironia, a força de Camamu se compunha de apenas 20 cavalarianos....um piquete da Guarda Nacional.
O Capitão Vieira da Rocha foi destacado para  guarnecer a ponte da Azenha com 30 homens. Aí pela meia noite apareceu o destacamento do Visconde de Camamú, noite escura, havia um riacho para  atravessar...quem não conhecesse o local, inevitavelmente se perderia.
Os sentinelas do cabo Rocha, a  apenas 50 metros, julgaram que era uma grande fôrça que se aproximava , perderam a calma e mandaram fazer fogo" Com o estrondo da mosqueteria, desemboscaram-se os revolucionários, carregando , violentamente , de lança, sobre o piquete do Major Viscode de Camamu, que tomado de pânico, dispersou-se, fugindo sem resistencia....
Depois deste episódio, Onofre Pires, sózinho rumou para o quartel do OITAVO  B.C.(  Batalhão de Cavalaria      ) que ficava no centroda cidade.
Foram chegando todos os revolucionários com seus homens, reuniram-se todos , a cidade de Porto Alegre estava em pânico, mas não houve mais nenhum combate, aliás nem houve combate! Era o alvorecer do dia 20 de setembro de 1835.
O que se seguiu depois, sim, foi uma guerra que durou 10 anos, não houve nem vencidos e nem vencedores, mas muitas batalhas sangrentas, os negros escravos lutavam pelos Farroupilhas com a promessa de serem libertados, o Império voltou-se contra os Farroupilhas e a guerra só terminou com um armistício no ano de 1845 porque Rosas( ) da Argentina estava prestes a atacar o Brasil, começando pelo Rio Grande do Sul .
E assim, digamos que, meio que por acaso, esta guerra marcou o povo riograndense para sempre, atos de bravura, os bravos lanceiros negros, os combates entre imperiais e farroupilhas, a entrada de Giuseppe Garibaldi na História, ....agora parece muito romântico, mas foram anos de terror, que praticamente exauriram as forças de todos....A meu ver, as guerras não trazem benefícios a ninguém, nem a vencidos nem a vencedores, só dor e destruição. O que se faz é transformar os fatos históricos em heroismo, construir heróis para exemplo. As qualidades do povo são sempre  maiores do que a dos seus comandantes- esta é minha opinião.

obs; Esta parte é apenas para citar os motivos das comemorações do 20 de setembro em todo o rio Grande do Sul, inclusive é feriado,e na verdade  este dia foi  o   foi o primeiro episódio da Revolução Farroupilha, que durou 10 anos.

Hino Rio Grande do Sul - legenda


terça-feira, 30 de agosto de 2011

O QUE POUCA GENTE SABE SOBRE OS FATOS HISTÓRICOS DO RS

SETEMBRO É UM MES DE FESTA PARA OS GAÚCHOS, DE TODAS AS ETNIAS AGORA, POR ISSO ACHEI  DE BOM TOM DISCORRER UM POUCO  SOBRE A ORIGEM DOS FESTEJOS, QUE NEM SEMPRE CONDIZEM COM A REALIDADE QUE FOI A REVOLUÇÃO FARROUPILHA, MAS QUE, COMO MUITAS OUTRAS COISAS NO BRASIL FORAM MUDADOS UM POUCO,DEIXANDO DE  LADO O QUE LEVAVA AO SEPARATISMO DENTRO DO ESTADO E INCLUINDO TAMBÉM AS ETNIAS QUE NEM ESTAVAM AQUI QUANDO SE SUCEDERAM ESTES FATOS HISTÓRICOS.
DEIXANDO DE LADO O QUE NÃO FOI BOM, DEIXOU-SE COMO LEGADO UMA ESPÉCIE DE "PERFIL" DO POVO BRASILEIRO QUE MORA NESTA PARTE  DO BRASIL UMA CARACTERÍSTICA COMUM, QUE LEVA À UNIDADE  DE TODOS OS CIDADÃOS.

POR QUE  QUE ACONTECEU A REVOLUÇÃO FARROUPILHA?

do livro FARRAPOS" WALTER SPALDING:

Muito  pensam que a Revolução Farroupilha deu-se pelo fato de que o Rio Gande  do Sul queria separar-se das outras "Provincias" o que hoje chamamos Estados. Não é verdade.
O povo gaúcho queria ser respeitado, visto que desde maio de 1834 governava a então Provincia de São Pedro do Rio Grande do Sul o Dr. Antônio Rdrigues Fernandes Braga , sendo comandante das armas o Marechal Sebastião Barreto Pereira Pinto.
Com estes governos, tanto o povo quanto a classe militar estavam desgostosos, pois eles eram tirânicos , Enchiam a Província de terrores e sustos. Perseguiam a todos os que não lhes caiam na graça.
Eram imperialistas ferrenhos, receiosos sempre, vendo fantasmas por toda parte- ao meu ver eles tinham medo do povo gaúcho-Conheciam o genio altivo e destemido do povo gaúcho, e mais a má vontade desse povo para com o elemento portugues então muito cotado,-isto vinha da época do bandeirantismo-  não descansavam, sobretudo no referente ao serviço militar, chamando à ordem  chefes acatados, transferindo-os, prendendo a torto e a direito com ou sem motivo. a mínima transigencia era bastante para transferir ou prender. A côrte- era Brasil Imperial- estava cheia de pacatos militares alcunhados de perigosos, somente por terem tido a má sorte de não saber agradar ao tirânico governador da Província e ao comandante das armas, militar credor de toda consideração,digno e nobre, infelizmente diminuido por sua atuação enérgica e imperialista intransigente, graças à obra da inveja que se não cansava de procurar-lhe defeitos,deturpar-lhe as ações mesmo as mais bem intencionadas, e apelidá-lo -para mais odioso o tornar aos liberais  de " Frutista, Retaurador, Caramuru,Absolutista, Aristocrata"....


ORIGEM DESTA PARTE:ENCICLOPÉDIA LIVRE

BIOGRAFIA DE SEBASTIÃO BARRETO PEREIRA PINTO E DE ANTONIO RODRIGUES FERNANDES BRAGA, O PRIMEIRO COMANDANTE DAS ARMAS E O SEGUNDO O GOVERNADOR DA PROVÍNCIA NO PRIMEIRO EPISÓDIO DA REVOLUÇÃO FARROUPILHA , QUE FOI EM 20 DE SETEMBRO DE 1835, QUE FOI A TOMADA DE PORTO ALEGRE. 



Sebastião Barreto Pereira Pinto.

Sebastião Barreto Pereira Pinto (Porto Alegre, 1775 — 1841) foi um militar brasileiro.



Sentou praça no regimento dos dragões de Rio Pardo em 18 de outubro de 1791, servindo nas campanhas de 1801, 1811-1812, 1816, na Guerra Cisplatina , na Guerra da Independência e na Guerra dos Farrapos.



Em 1823, em Montevidéu, combateu o general Álvaro da Costa que se batia contra a Independência do Brasil.



Foi deputado provincial eleito à 1ª Legislatura da Assembleia Provincial. Ao iniciar a Guerra dos Farrapos, era comandante de armas da província e se achava em Livramento. Quando o novo presidente, Marciano Pereira Ribeiro, apoiado pelos farrapos, assumiu, foi destituído do comando e refugiou-se no Uruguai.



Ao retornar de Montevidéu, reassumiu o comando das tropas, em 15 de abril de 1837, sendo derrotado sucessivamente pelos Farroupilhas nos campos de Atanagildo e na batalha do Barro Vermelho, em 30 de abril de 1838, em que Rio Pardo (até então a Tranqueira Invicta) foi conquistada pelos farrapos. Por causa da derrota foi submetido a um conselho de guerra, mas inocentado.



Foi presidente da províncias de Minas Gerais, de 22 de agosto de 1840 a abril de 1841. Recepiente de Imperial Ordem de Avis e da Imperial Ordem do Cruzeiro





Antônio Rodrigues Fernandes Braga. (1805-1875)

Antônio Rodrigues Fernandes Braga (São Pedro do Sul, 1805 — 26 de fevereiro de 1875) foi um juiz, ouvidor de comarca, desembargador e político brasileiro.



Foi deputado geral, presidente da província do Rio Grande do Sul quando da Revolução Farroupilha, de 2 de maio de 1834 a 21 de setembro de 1835, ministro do Supremo Tribunal de Justiça e senador do Império do Brasil, nomeado por carta imperial de 27 de abril de 1870, de 1870 a 1875.



Quando Bento Gonçalves marchou para Porto Alegre em 20 de setembro de 1835, o presidente Fernandes Braga se refugiou na cidade de Rio Grande, que tornou-se assim a base principal do Império do Brasil no Rio Grande do Sul. Os farroupilhas, como ficaram conhecidos os rebeldes, empossaram Marciano José Pereira Ribeiro como novo presidente.













UM DOS COSTUMES QUE ANTECEDEM  AOS FESTEJOS DA SEMANA FARROUPILHA É ACENDER UMA "CHAMA CROULA" , QUE É UMA PIRA  DE FOGO, LEVADA, GERALMENTE POR CAVALEIROS QUE VÃO ACENDENDO ESTE FOGO SIMBÓLICO DE CIDADE EM CIDADE. ESTE COSTUME COMEÇOU EM 1947. 

a chama crioula



Marechal Sebastião Barreto Pereira Pinto


Antonio Rodrigues Fernandes Braga

Canto Alegretense


quinta-feira, 3 de março de 2011

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

UM CONTO GAUCHESCO

ESCRITO POR JOÃO SIMÕES LOPES NETO

Prestemos atenção nas palavras "do falar gaúcho" DO ANO DE 1912

Transcrevo fielmente:

TREZENTAS ONÇAS

Eu tropeava nesse tempo. Duma feita que viajava de escoteiro, com a guaiaca empanzinada de onças de ouro, vim varar aqui neste mesmo passo, por me ficar mais perto da estância da Coronilha, onde devia pousar.

Parece que foi ontem!...era por fevereiro, eu vinha abombado da troteada.
-Olhe, ali, na restinga, à  sombra daquela mesma reboleira de mato, que está vendo, na beira do passo,desencilhei, e estendido nos pelegos, a cabeça no lombilho, com o chapéu sobre os olhos, fiz uma sesteada morruda.

Despertando, ouvindo o ruído manso da água tão limpa e tão fresca rolando sobre o pedregulho, tive ganas de me banhar, até para quebrar a lombeira...e fui-me à água que nem capincho!

Debaixo da barranca havia um fundão onde mergulhei  umas quantas vezes, e sempre puxei umas braçadas, poucas, porque não tinha cancha para um bom nado.
e solito e no silêncio, tornei a vestir-me, encilhei o zaino e montei.

Daquela vereda andei como três léguas, chegando à estância cedo ainda, obra de braça e meia de sol.
-ah!...esqueci de dizer-lhe que andava comigo um cachorrinho brasino, um cusco mui esperto e boa vigia.
Era das crianças, mas, às vezes dava-lhe para acompanhar-me e, depois de sair à porteira , nem por nada fazia caravolta, a não ser comigo. e, nas viagens dormia na cabeceira dos arreios.

Por sinal que uma noite....
Mas isso é outra cousa, vamos ao caso.

Durante  a troteada bem reparei que volta e meia o cusco parava-se na estrada e latia e corria para trás, e olhava-me e latia de novo e troteava um pouco sobre o rastro:-parecia que o bichinho estava me chamando!... Mas como eu ia, ele tornava a alcançar-me, para daí a pouco recomeçar.
-Pois amigo! Não lhe conto nada!quando botei o pé em terra na ramada da estãncia, ao tempo que dava as boas tardes!ao dono da casa, aguentei um tirão seco no coração....não senti na cintura o peso da guaiaca!

Tinha perdido trezentas onças de ouro que levava, para pagamento de gados que ia levantar.

E logo passou-me pelos olhos um clarão de cegar , depois uns coriscos tirante a roxo....depois tudo ficou cinzento, para escuro....

Eu era mui pobre-e ainda hoje, é como vancê sabe....estava começando a vida, e o dinheiro era do meu patrão, um charqueador, sujeito de contas mui limpas e brabo como uma manga de pedras....

assim, de meio assombrado me fui repondo.quando vi que indagavam:
-Então patrício? está doente?
_Obrigado! Não senhor, respondi, não é doença, é que sucedeu-me uma desgraça: perdi uma dinheirama do meu patrão....

-A la fresca!...
-É verdade ...antes morresse, que isto!que vai ele pensar agora de mim!....
-É uma dos diabos, é....; mas não acoquie, homem!

Nisto o cusco brasino deu uns pulos ao focinho do cavalo, como querendo lambê-lo, e logo correu para a estrada , aos latidos. e olhava-me, e vinha e ia, e tornava a latir....

Ah!...E num repente lembrei-me bem de tudo. Parecia que estava vendo o lugar da sesteada, o banho, a arrumação das roupas nuns galhos de sarandi, e, em cima de uma pedra, a guaiaca e por cima dela o cinto das armas, e até uma ponta de cigarro de que tirei uma última tragada, antes de entrar na água, e que deixei espetada num espinho, ainda fumegando, soltando um fitinha de fumaça azul, que subia, fininha e direita, no ar e sem vento....tuto, vi tudo.
Estava lá. na beirada do passo, a guaiaca. e o remédio era um só: tocar a meia rédea, antes que outros andantes passassem.
Num vu estava a cavalo, e mal isto, o cachorrito pegou a retouçar, numa alegria , ganindo-Deus me perdoe!-que até parece fala!

e dei de rédea, dobrando o cotovelo do cercado.
Ali logo freteei com uma comitiva de tropeiros, com grande cavalhada por diante, e, que por certo vinha tomar pouso na estância. Na cruzada nós todos  nos tocamos  na aba do sombreiro: uns vinham de balandrau enfiado. Sempre me deu uma coraçonada para fazer umas perguntas...mas engoli a língua.

Amaguei o corpo e penicando de esporas toquei a galope largo.
O  cachorrinho ia  ganuçando, ao lado, na sombra do cavalo, já mui comprida.

A estrada estendia-se deserta,à esquerda os campos desdobravam-se a perder de vista, serenos, verdes, clareados pela luz macia do sol morrente, manchados de pontas de gado que iam se arrolhando nos paradouros da noite; á direita, o sol. muito baixo , vermelho-dourado, entrando em massa de nuvens de beiradas luminosas.
Nos atoleiros secos, nem um quero-quero, uma que outra perfiz, sorrateira, piava de manso por entre os pastos maduros, e longe, entre o resto da luz que fugia de um lado e a noite que vinha, peneirada, do outro, alvejava a brancura de um joão-grande , voando, sereno quase sem mover as asas, como uma despedida triste, em que a gente também não sacode os braços....

Foi caindo uma aragem fresca e um silêncio grande, em tudo.
O Zaino era pingaço de lei, e o cachorrinho, agora sossegado, meio de banda, de língua de fora e de rabo em pé, troteava miúdo e ligeiro dentro da polvadeira rasteira que as patas do flete levantavam.

e entrou o sol, ficou nas alturas um clarão afogueado, como de incêndio num pajonal , depois o lusco-fusco; depois cerrou a noite escura, depois, no céu, só estrelas...só estrelas....

O Zaino atirava freio e gemia no compasso do galope,comendo caminho. Bem por cima da minha cabeça as TRES MARIAS tão bonitas, tão vivas, tão alinhadas, pareciam me acompanhar. lembrei-me dos meus filhinhos, que as estavam  vendo, talvez, lembrei-me da minnha mãe, de meu pai, que também as viram , quando eram crianças e que já as conheceram pelo seu nome de Marias, as Tres Marias- Amigo!Vancê é moço, passa sua vida rindo...Deus o conserve!....sem saber nunca como é pesada a tristeza dos campos quando o coração pena!

-Há que tempos eu não chorava!...Pois me vieram, lágrimas....devagarinho, como gateando, subiram....tremiam sobre as pestanas, luziam um tempinho....e ainda quentes, no arranco do galope, lá caiam elas na polvadeira da estrada, como um pingo d"agua perdido, que nem mosca nem formiga daria com ele!....
por entre minhas lágrimas, como um sol cortando um chuvisqueiro, passou-me na lembrança a toada dum verso lá dos meus pagos:

 QUEM CANTA REFRESCA A ALMA
CANTAR ADOÇA O SOFRER
QUEM CANTA ZOMBA DA MORTE
CANTAR AJUDA A VIVER!....

Mas que cantar, podia eu!....
O zaino respirou forte e sentou, trocando a orelha, farejando no escuro: o bagual tinha reconhecido o lugar, estava no passo.
Senti o cachorrinho respirando, como assoleado.
Apeei-me.
Não bulia uma folha , o silêncio, nas sombras do arvoredo metia respeito....que medo, não, que não entra em peito de gaúcho.
Embaixo, o rumor da água pipocando sobre o pedregulho, vaga-lumes retouçando no escuro. Desci, dei com o lugar onde havia estado: tenteei os galhos do sarandi, achei a pedra onde tinha posto a guaiaca e as armas;corri por todos os lados, mais prá lá, prá cá...;nada!nada!
Então senti frio dentro da alma...o meu patrão ia dizer que eu o havia roubado!roubado! Pois então eu ia lá perder as onças!...Qual Ladrão,ladrão, é que era!....
E logo uma tenção ruim entrou-me nos miolos, eu devia matar-me, para não sofrer a vergonha daquela suposição.
É, era o que devia fazer: matar-me...e já, aqui mesmo!....
Tirei a pistola do cinto, amartilhei o gatilho....benzi-me, e encostei no ouvido o cano, grosso e frio, carregado de bala....
-Ah! patrício!Deus existe!....
No refilão daquele tormento, olhei pra diante e vi....as TRES MARIAS luzindo na água...o cusco encarapitado na pedra, ao meu lado, estava me lambendo a mão...e logo, logo, o zaino relinchou lá em cima , na barranca do riacho ao mesmíssimo tempo que a cantoria alegre de um grilo retinia ali perto, num oco de pau!...- Patrício!não me avexo duma heresia, mas era Deus que mandava aqueles bichos brutos arredarem de mim a má tenção....
O cachorrinho tão fiel  lembrou-me a amizade da minha gente; o meu cavalo lembrou-me a liberdade, o trabalho, e aquele grilo cantador trouxe a esperança...
Eh-pucha! patrício, eu sou mui rude ...a gente vê caras, não vê corações...;pois o meu dentro do peito, naquela hora, estava como um espinilho ao sol, num descampado, no pino do meio-dia :era luz de Deus por todos os lados!....
e já todo no meu sossego de homem, meti a pistola no cinto.Fechei um baio, bati o isqueiro e comecei a pitar.
E fui pensando: Tinha por minha culpa, exclusivamente por minha culpa, tinha perdido trezentas onças: uma fortuna para mim.Não sabia como explicar o sucedido, comigo, acostumado a bem cuidar de gado manso-tirando umas leiteiras para as crianças, e a junta dos jaguanés lavradores-vender a tropilha dos colorados....e pronto!Isso havia de chegar, folgado, e caso mermasse a conta....enfim havia se ver o jeito de dar...Porém matar-se um homem, assim no mais...e chefe de familia...isso não!
E d'espacito vim subindo a barranca, assim que me sentiu o zaino escarceou, mastigando o freio.
Desmaneei-o, apresilhei o cabresto, o pingo agarrou a volta e eu montei aliviado.
O cusco escaramuçou, contente; a trote e galope voltei para a estância.
Ao dobrar a esquina do cercado enxerguei luz na casa, a cachorrada saiu logo, acuando. O zaino relinchou alegremente, sentindo os companheiros, do potreiro outros relinchos vieram.
Apeei-me no galpão, arrumei as garras e soltei o pingo que se rebolcou, com ganas.
Então fui para dentro:na porta dei o _Louvado seja JesuCristo, patrício!Boa noite!-e entrei , e comigo, rente, o cusco. Na sala do estancieiro havia uns quantos paisanos;era a comitiva que chegava quando eu saía; corria o amargo.
em cima da mesa a chaleira, e, ao lado dela, enroscada, como uma jararaca na ressolana, estava a minha guaiaca, barriguda, por certo com as trezantas onças dentro.
-Louvado seja Jesu-Cristo, patrício.Boa noite! entonces que tal le foi de susto?....
E houve uma risada grande degente boa.
eu tambem fiquei-me rindo, olhando para guaiaca e para o guaipeva arrolhadito aos meus pés!.... 


onça de ouro=antiga moeda
guaiaca=espécie de cinturão, muitas vezes com o lugar para guardar as moedas
observamos o linguajar, inclusive com palavras  em espanhol, como:"entonces"ao invés de "então", palavras como "vancê" ao invés de você" e outras que pergunto aos meus leitores que lhes parece:ainda estão em uso em alguns lugares do Rio Grande do Sul?